terça-feira, 7 de agosto de 2007

De volta ao ar

Congonhas está reaberto, e se anunciam alguns milhões de reais para arrumar alguns aeroportos. O resto que espere o próximo acidente.

Os usuários também que esperem que alguém se interesse por eles, para melhorar os serviços aéreos. Os empresários de turismo que se refaçam do golpe como puderem, porque a imagem de insegurança transmitida para o exterior não será esquecida com a mesma velocidade com que o governo está se esquecendo de trezentos mortos.

Lula, por sua vez, volta ao refrão dizendo que não sabia que a crise era grave. Ele diz não saber nada, mesmo, sempre. Coitado...

Pesquisa aponta que a popularidade de Lula caiu só um pouquinho, visto que os pobres não andam de avião. Não sei bem o que tem a ver uma coisa com a outra, de vez que as condições rodoviárias no país são bem piores que as dos caminhos aéreos, e tanto umas como as outras vêm de longe, de governos anteriores, piorando neste. Talvez que os pobres já estejam acostumados – ou talvez tenham mais bom-senso que os jornalistas que juntam acidentes com popularidade presidencial.

Mais que milhões de reais para ajustar aeroportos, é preciso um pouco mais de governo no setor aéreo. Mais firmeza com as empresas, talvez parcerias com a área privada para melhorar as coisas. Uma olhada mais séria na aviação de terceiro nível (a dos aviões de até doze lugares, por exemplo) e um pouco mais de cobranças – o que não quer dizer multas – para, por exemplo, o cumprimento dos contratos por parte das empresas.

Aliás, falta governo não só para o setor aéreo. Todo o transporte de passageiros, em todo o país, precisa de governo em diferentes níveis e instâncias, para um mínimo de organização e eficiência. Principalmente o tráfego interestadual – é impressionante a insegurança e o grau de risco que passam os passageiros em estradas e barcos.

Mas é esperar demais desse governo alguma coisa nesse sentido. A única solução que este governo tem é conceder bolsas – a última bolsa inventada é para policiais e agentes prisionais. É a grande solução da segurança pública...

No ar, é esperar para ver: mudou o rosto das pessoas, mas o coração é o mesmo.