segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Cínicos!

Delúbio & Cia mandaram um recado para o país: Tô nem aí, tô nem aí... A média das doações para as multas sobre os condenados do mensalão foi de quase 500 reais por cabeça. Essa rica militância, que pode dispor do bolso com tanta facilidade, também propicia algumas constatações: de que o julgamento do mensalão talvez tenha engripado, mas não deteve a máquina da corrupção; e que a concentração de dinheiro em poder da União passou da conta, porque o dinheiro some e ninguém dá por falta.
Os ônibus incendiados em São Paulo já chegam a 180, em dois meses. E um iluminado policial explica que cada caso é um caso, geralmente relacionado a uma ação policial com morte.
O recente apagão foi culpa de... um raio! Ah, Brasil maravilhoso, onde as linhas de transmissão são perfeitamente mantidas, mostra a tua localização! E vem o ministro Lobão dizer que há excedentes de energia elétrica, quando grande parte do país ainda está na fase da lamparina!
Um real sozinho não compra mais nada. As notas de cem se tornam cada vez mais comuns. Há dois anos não se cumpre nenhuma meta de controle da inflação. E o ministro Mantega vai para a tevê dizer que está tudo sob controle...
Roseane Sarney justificando a violência porque o Maranhão está mais rico...
A FIFA deixou de se preocupar. A Copa será totalmente brasileira, porque foram os brasileiros que compraram 80% dos ingressos. Tudo o que falta fazer pode ficar sem fazer que não terá importância – será um problema doméstico. Como os jurássicos do rock, ela também veio pegar o seu na economia emergente. E só.
Renan Calheiros devolveu para a FAB o custo apresentado pelo voo que fez Brasília - Recife - Brasília para implantar cabelos. E está tudo bem... Mas a viagem num jato comercial equivalente lhe custaria cerca de R$95 mil. Ele pagou 20 mil.
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A lista é longa, leitor.
Eu me pergunto se o Brasil optou pelo escracho: faz de conta que é verdade, faz de conta que eu acredito que é verdade, eu sei a realidade, você sabe que eu sei, mas vamos deixar assim, tá?
Um túnel tão iluminado por fantasias que ninguém quer ver o negrume que existe no final: um negrume feio de radicalismos e fanatismos que estão se formando lenta mas inexoravelmente, cujos sinais estão claramente visíveis nas execuções, na violência desmedida e na censura crescente por razões politicamente corretas.